Vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
a somar, a dividir, subtrair, multiplicar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
a separar as sílabas e também a soletrar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que as pessoas vão embora e não dá pra adivinhar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que por mais que a gente erre sempre dá pra consertar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que nem sempre o atalho é um bom caminho pra tomar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que quando tudo escurece, o amor pode iluminar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que a falha é humana, mas divino é perdoar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que nem tudo é verdadeiro e sempre é bom desconfiar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que quem dá corda para o medo perde a chance de arriscar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
se o mundo fica pequeno você tem que inventar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que a saudade não é um laço e que você pode voar
vai chegar o dia em que eu vou ter que te ensinar
que se suas asas se quebrarem, vai ter sempre um lugar
Uma tentativa precocemente frustrada de reativar o finado "Entre dois Cafés". Quinquilharias literárias, traquitanas escritas e republicações, na íntegra, editadas ou "revisited", de antigos e dispersos escritos.
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
quarta-feira, 26 de julho de 2017
quinta-feira, 13 de julho de 2017
Aline
Teus olhos, Aline,
convidam-me ao pecado
de aventurar-me em seu corpo
tão jovem, bem formado
de amante irrestrita.
Teus olhos, Aline,
são repletos de malícia,
Teus olhares e sorrisos,
de carinho e de cobiça.
Aline,
desvenda-me teu segredo
de longe, pois tenho medo
de não resistir ao teu chamado
silencioso, irrecusável
De ir buscar meu sossego
aconchegado entre teus seios
repousado em teu abraço
convidam-me ao pecado
de aventurar-me em seu corpo
tão jovem, bem formado
de amante irrestrita.
Teus olhos, Aline,
são repletos de malícia,
Teus olhares e sorrisos,
de carinho e de cobiça.
Aline,
desvenda-me teu segredo
de longe, pois tenho medo
de não resistir ao teu chamado
silencioso, irrecusável
De ir buscar meu sossego
aconchegado entre teus seios
repousado em teu abraço
Ode ao Ódio
Odeio como odeia quem se deixa envolver
Pela fúria até maior que o próprio medo de morrer
Odeio com vontade, vergonha não cabe em mim
Pois o ódio é só o começo do que um dia vai ter fim
Ódio tão desmerecido, pouco visto em sua nobreza
Que, assim como o amor, enche o homem de certeza
Muito embora o amor seja somente um sinal de sorte
E o ódio desmedido leve o homem à sua morte
Eu sei que um dia acaba, já vi isso acontecer
Ninguém continua odiando depois que a morte o surpreender.
Que eu perca tudo na vida, e me curve a procurar
Mas que leve até o túmulo meu dom de odiar.
Pela fúria até maior que o próprio medo de morrer
Odeio com vontade, vergonha não cabe em mim
Pois o ódio é só o começo do que um dia vai ter fim
Ódio tão desmerecido, pouco visto em sua nobreza
Que, assim como o amor, enche o homem de certeza
Muito embora o amor seja somente um sinal de sorte
E o ódio desmedido leve o homem à sua morte
Eu sei que um dia acaba, já vi isso acontecer
Ninguém continua odiando depois que a morte o surpreender.
Que eu perca tudo na vida, e me curve a procurar
Mas que leve até o túmulo meu dom de odiar.
Ausência
Chegará um momento em que, inevitavelmente, não mais estarei aqui
Terá fim minha comunhão com as coisas terrenas
embora as coisas terrenas, peremptoriamente, seguirão seu curso
existindo apesar da minha falta física (ou por causa dela?)
Far-se-á a constatação de que o curso dos dias seguirá inalterado:
o nascente e o poente
o meio dia
e o jantar servido, pontualmente, às oitemeia.
Tudo seguirá conforme os planos traçados assim que minha existência não mais for efetivamente verificada como real.
E de mim, o que dirão?
- Ele não faltava trabalho - alguém diria.
- Ele deixou tresouquatro músicas - outro lembra.
- Há dias não falava com ele - a maioria perceberia.
- Talvez eu devesse ter perguntado como ele estava - um mais atento poderia conjecturar
Mas passado o instante de choque, onde a ausência se torna presente, tudo voltaria a ser exatamente como era e sempre será: as primaveras aconteceriam, os rádios tocariam as mesmas canções patrocinadas pelas mesmas pessoas, e o curso dos dias seguiria inalterado:
o nascente e o poente
o meio dia
e o jantar servido, como sempre, às oitemeia
Terá fim minha comunhão com as coisas terrenas
embora as coisas terrenas, peremptoriamente, seguirão seu curso
existindo apesar da minha falta física (ou por causa dela?)
Far-se-á a constatação de que o curso dos dias seguirá inalterado:
o nascente e o poente
o meio dia
e o jantar servido, pontualmente, às oitemeia.
Tudo seguirá conforme os planos traçados assim que minha existência não mais for efetivamente verificada como real.
E de mim, o que dirão?
- Ele não faltava trabalho - alguém diria.
- Ele deixou tresouquatro músicas - outro lembra.
- Há dias não falava com ele - a maioria perceberia.
- Talvez eu devesse ter perguntado como ele estava - um mais atento poderia conjecturar
Mas passado o instante de choque, onde a ausência se torna presente, tudo voltaria a ser exatamente como era e sempre será: as primaveras aconteceriam, os rádios tocariam as mesmas canções patrocinadas pelas mesmas pessoas, e o curso dos dias seguiria inalterado:
o nascente e o poente
o meio dia
e o jantar servido, como sempre, às oitemeia
quarta-feira, 8 de março de 2017
Quem diria?
Quem nos via
todo dia
na rotina
sem clima
Quem nos via?
Quem ouvia?
Quem diria
e nos veria
assim, em fim,
felizes,
completos
cada
um
por
si?
todo dia
na rotina
sem clima
Quem nos via?
Quem ouvia?
Quem diria
e nos veria
assim, em fim,
felizes,
completos
cada
um
por
si?
Assinar:
Postagens (Atom)