quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

(De "Entre Dois Cafés")

"Acho que já é hora de parar de nutrir esse sentimento. Aliás, creio que deveria ter jogado tua lembrança fora quando vi que minha desgraça se abatia sobre ti com a indiferença de um vento sem força. Quando tu engatilhou tua arma de apatia e disparou contra meu coração exposto, morri pela primeira vez... Foi meu sangue que marcou tuas pegadas, e também foi com meu sangue que lavaste tuas mãos, na vã tentativa de ocultar as marcas do crime. Talvez ninguém descubra teu ato, mas carregarás o peso de meu corpo agonizante até o dia da tua morte, meu anjo... Ah, tua morte! Neste dia, quero, com esse resto de carne e ossos a que chamo de 'corpo', te segurar em meus braços e sentir teu calor. Calor, sim, pois nem na morte serás tão fria quanto foste em vida. Mas ficarei ao teu lado na vida da tua morte, como não ficaste na morte da minha vida."

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